Seis Conselhos sobre Oração.

1. “Reza, e pensa o que quiseres”. Teus pensamentos serão purificados pela oração. A oração te concederá o discernimento; suprimirá e afastará todos os pensamentos prejudiciais. É o que afirma são Gregório, o Sinaita. Se desejas afastar os maus pensamentos e purificar o espírito, eis o seu conselho: “Expulsa-os pela oração”.

2. “Reza e fazes o que quiseres”. Teus atos agradarão a Deus e serão úteis e salutares. A oração freqüente, por qualquer motivo que seja, nunca deixa de dar seu fruto, porque nela existe o poder da graça, pois, “todos aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”.

3. “reza e não te dês ao trabalho de vencer tuas paixões por teus próprios meios”. A oração as destruirá em ti, “porque aquele que está em vós é maior do que o que está no mundo” (1 jo 4,4), diz a Sagrada Escritura.

4. “Reza e nada temas”. Não tenhas receio dos infortúnios, não temas os fracassos. A oração te protegerá e afastá-los-á.

5. “Reza de uma forma ou de outra, mas reza sempre e não te desvies dela por nada do mundo”. Sê alegre e tranqüilo. A oração tudo conseguirá e te instruirá. Lembra-te das palavras dos santos — João Crisóstomo e Marcos, o Asceta — sobre o poder da oração. O primeiro declara que a oração, embora oferecida por nós, que estamos carregados de pecados, purifica-nos, imediatamente. Diz o segundo: “Rezar, da maneira como for, está em nosso poder, mas rezar com pureza é dom da graça”. Oferece, pois, a Deus o que está em teu poder oferecer. Apresenta-Lhe, antes de tudo, somente o que está em teu poder, e Deus derramará Sua força em tua fraqueza. A oração, talvez árida e distraída, mas contínua, criará um hábito, tornar-se-á uma segunda natureza e se transformará em oração pura, luminosa, em admirável oração ardente. 6. Convém observar, antes de concluir, que, se o tempo de tua vigilância na oração se prolonga, não te restará muito tempo para praticar más ações, nem mesmo para nelas pensar.

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Portanto, rezaremos tanto quanto possível; consagraremos nossa vida inteira à oração, mesmo se tivermos de sujeitar-nos, no início, a distrações. A prática frequente da oração vai ensinar-nos a atenção. A quantidade levará, certamente, à qualidade. “Se quiserdes aprender a fazer bem feito, seja o que for, é preciso fazê-lo sempre que possível”, diz um experimentado autor espiritual.

*Retirados do livro Relatos de um Peregrino Russo.

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